quinta-feira, 30 de maio de 2013

A REALIDADE AFETANDO SEUS PLANOS



           A REALIDADE AFETANDO SEUS PLANOS

                                 Álvaro Bandeira  (
Alvaro Bandeira, Economista-Chefe da Órama: a queda recente em termos econômicos das taxas de juros mudaram o equilíbrio entre os diferentes ativos e trouxe outras interferências diretas, principalmente no que tange às aposentadorias.

Só para posicionar, nos ativos disponíveis para aplicações ortodoxas, poucos são os que conseguem remuneração real, e em alguns casos, como nas cadernetas de poupança, não chega nem a repor o valor da moeda por conta da inflação. Isso nós temos destacado com frequência em nossos comentários, apesar da caderneta continuar a ser a forma de poupança mais comum no Brasil e seguir captando liquidamente.

Temos sempre destacado que é preciso arriscar mais para se obter remuneração real, e essa situação deve ser perpetuada, já que não há previsão de que a taxa de juros volte para patamares vigentes no passado, ou mesmo parecidos com isso.

Outro tipo de interferência diz respeito à formação de poupança para a aposentadoria, mas antes uma breve introdução sobre a situação da Previdência Social: a tendência mundial é de alongamento dos prazos para a aposentadoria, e no Brasil isso não é diferente. Por aqui, existe descompasso entre a arrecadação e os benefícios pagos, e mais recentemente o Tesouro Nacional tem suprido as desonerações de folhas de pagamento, transferindo retornos para a Previdência.

Por outro lado, a remuneração oferecida nas aposentadorias é, a cada dia, mais insuficiente, principalmente se incluirmos custos crescentes com planos de saúde e gastos com medicamentos. Além disso, nas classes de mais baixa renda os aposentados ainda são força importante no orçamento familiar.

Dessa forma, é imperioso que os jovens se preparem para o que virá pela frente nos próximos 30 anos, se quiserem dispor de situação um pouco mais tranquila na velhice, que como o IBGE bem mostra, está sendo alongada.

Em termos de Previdência esse descompasso se amplia ainda mais. Falamos especificamente dos jovens, seria preciso dispor de recursos mensais da ordem de R$ 3 mil ou bem mais, para garantir renda extra.

Com a taxa de juros real e nominal mais baixa como agora, a necessidade é ainda maior. Os próprios planos das entidades de previdência privada estão reduzindo benefícios ou migrando de benefícios definidos para variável, retirando de ordem a renda certa. Também destacamos que algumas entidades não estão conseguindo cumprir seus planos atuariais e a tendência é que isso fique cada vez mais complicado.

Assim, não há outra alternativa senão arriscar mais na composição dos investimentos para obter melhores retornos – e isso se aplica ainda mais para os jovens, que podem arriscar mais no início de suas vidas. 
    BH 30/05/2013


 Pesquisa , Divulgação : Miguel Moyses Neto  Se gostou desta matéria , divulgue para seus amigos.
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